Cá o blogue não resistiu a esta:
Há certos autores que usam nas suas poesias muitos ramalhetes de flores, muita hortaliça, muitos miosótis. E eu sou um bocado avesso a tanta botânica no interior da poesia.
Quem o disse? Vítor Silva Tavares, in Ípsilon, 14-3-2008 (cit. revista "Os Meus Livros", Abril, 2008)
Ficámos curiosos e respigámos, à guisa de exemplo ilustrativo, dois exemplos do que pode ser a verve da sua pena "abotânizada":
«Frente à sopa do Sidónio/vejo um velho cor de azia/todo feito num harmónio/por misericordia /Então e aquela velha/que me estende a garra esguia?/Basta: não há telha / para tanta democracia»
«Eu queria ser peixoto/de aquário/a voltear/no esgoto/literário. Eu queria ser o mia/a miar pretoguês/ao balcão onde avia/um romance por mês./Eu queria ser antónio/e lobo como ele/a espremer do neurónio/um antunes de fel./Eu queria ser eugénio/lorca no porto/a oxigénio/depois de morto.»
Vítor Tavares, 70 anos, editor, tradutor, poeta... para descobrir!
1 comentário:
Eu gostava de ter lido essa entrevista. Escrevi um tratado de Botânica, exactamente para gozar com as flores da poesia!
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