quinta-feira, 29 de maio de 2008

Gosto pela fotografia


Nélson Grilo! É nosso aluno e habitual frequentador da BE!



Gosta de fotografia. Tem um portfólio em crescimento e muita sensibilidade na hora de "carregar no botão"! Nós gostamos!

Tem na Net uma página pessoal que temos muito gosto em divulgar e que vos convidamos vivamente a ver! Que acham? Partilhem as vossas opiniões!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

"Memórias de papel"


Desta vez, na vitrina do Polivalente, a "memória" voltada para o escritor Mário de Carvalho!


Devido ao seu (já não muito...) recente novo livro (2008), que acabámos de adquirir - A Sala Magenta -, Mário de Carvalho tem merecido o destaque dos media.


Claro que se notava que faltava o nosso! Ele aí está!

Estão expostas algumas das suas obras principais, sinopses e uma biografia, para além da relação da sua obra e prémios obtidos!


Eu vejo raramente um amigo que é dado à quietação e sofrido de enfados. Trabalha nunca percebi em quê, dizem que negócios sedentários e rendíveis. Ele uma vez tentou explicar-me, mas aborreceu-se a meio, e eu também. Deixámos os bocejos para as calendas. O que nele é mais irritante é aquilo que a ciência popular designa por "saúde mental", défice de atribulações de alma. Volta e meia está casado, ou amigado, volta e meia, não. Tenho de usar de cautela para não lhe trocar o nome das companheiras, mais por elas que por ele. Tem filhos dispersos por idades, em lugares distantes, vai pagando pensões e almoços confirmativos de paternidade, pelas festas apropriadas. Não é feliz, nem infeliz, antes pelo contrário. Conhecemo-nos em miúdos no liceu e encontramo-nos quando calha. Sabe responder a um silêncio com outro silêncio, qualidade sem preço. É possível ler tranquilamente os semanários a seu lado. Numa destas primaveras chamou-me da sua casa de praia, arribada nuns penhascos oceânicos, ao norte de Santa Rita. Detesto meter-me à estrada, mas ele insistiu: Tinha uma coisa para me mostrar. Valia a pena? Sim."


("Contos Vagabundos")

Já podem requisitar!





Já os temos!
Aproveitem!

terça-feira, 20 de maio de 2008

FESTA DA POESIA SENTADA

Será no dia 5 de Junho. Na sala 2B. Das 10.15 às 11.45. Vamos celebrar as palavras e comer doces. Também haverá música. Em breve publicaremos o programa.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Patitos... "lobito"... e "el Zorro!"




Ainda com a exposição do Vila Mattas presente - as " Memórias de papel" de Abril - e alguns dos links que sugeria...




Ainda com a dos "patitos" e a do "lobito bueno" (espreitem nos arquivos, vá!...) por perto... e a lembrança de um dos nomes que por lá campearam: Augusto Monterroso.




É célebre na literatura de expressão espanhola (castelhana) a do Zorro! Ela aí vai sem mais delongas. Quem é esperto quem é?? ( a literatura??? )




EL ZORRO MÁS SABIO por Augusto Monterroso ("La Oveja negra y demás fábulas")




Un día que el Zorro estaba muy aburrido y hasta cierto punto melancólico y sin dinero, decidió convertirse en escritor, cosa a la cual se dedicó inmediatamente, pues odiaba ese tipo de personas que dicen voy a hacer esto o lo otro y nunca lo hacen.Su primer libro resultó muy bueno, un éxito; todo el mundo lo aplaudió, y pronto fue traducido (a veces no muy bien) a los más diversos idiomas.El segundo fue todavía mejor que el primero, y varios profesores norteamericanos de lo más granado del mundo académico de aquellos remotos días lo comentaron con entusiasmo y aun escribieron libros sobre los libros que hablaban de los libros del Zorro.Desde ese momento el Zorro se dio con razón por satisfecho, y pasaron los años y no publicaba otra cosa.Pero los demás empezaron a murmurar y a repetir "¿Qué pasa con el Zorro?", y cuando lo encontraban en los cócteles puntualmente se le acercaban a decirle tiene usted que publicar más.-Pero si ya he publicado dos libros -respondía él con cansancio.-Y muy buenos -le contestaban-; por eso mismo tiene usted que publicar otro.El Zorro no lo decía, pero pensaba: "En realidad lo que éstos quieren es que yo publique un libro malo; pero como soy el Zorro, no lo voy a hacer".Y no lo hizo.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Outros livros do mês... 2


Lavagante - Encontro Desabitado, de José Cardoso Pires, Edições Nelson de Matos, Colecção Mil Horas de Leitura, 2008

(9 euros na Webboom, donde extraímos as notas seguintes)http://www.webboom.pt/ficha.asp?id=169395

Sinopse
Este texto nunca foi publicado em livro.Uma sua primeira versão, muito reduzida, foi publicada em Dezembro de 1963, no nº 11 da revista O Tempo e o Modo, com o título “Um Lavagante e Outros Exemplares”, com a menção, em nota de Redacção, de que se tratava de “(…) um capítulo do seu próximo romance, ainda provisoriamente sem título”. Existem outras versões dactilografadas, também sem datas. Todas indiciam, pelas emendas, serem posteriores ao texto de 1963. É também possível perceber que se trata de um texto anterior a “ O Delfim”, publicado pela primeira vez em 1968, pela Livraria Moraes Editores. Talvez se possa concluir que se trata de um texto cujo trabalho de escrita, tal como se apresenta nesta versão final dactilografada directamente pelo autor, foi sendo elaborado ao longo da vários anos, mais ou menos entre 1963 e 1968.
«Um inédito de Cardoso Pires é naturalmente um acontecimento. O lavagante é a imagem de uma fábula, como o dinossauro excelentíssimo de 1072: " [...] um lavagante é um crustáceo primitivo, sem grandes requintes na cozinha. É mais saboroso que a lagosta e parece que mais selvagem porque não se adapta tão bem aos viveiros" (pág. 15). O lavagante alimenta o safio que depois devora, e assim acontece com as duas personagens desta história. O lavagante talvez seja Cecília, a estudante altiva e angustiada que seduz Daniel, um médico oposicionista, e depois o entrega à polícia. Ou talvez seja Daniel, Pigmalião que educa uma Galateia desleal...»Pedro Mexia, Público
«Este conto longo (ou novela breve) é Cardoso Pires “vintage”.»

João Pereira Coutinho, Expresso
«Desde as primeiras linhas desta novela curta, escrita provavelmente entre 1963 e 1968, sente-se o estilo inigualável de Cardoso Pires, o desenho rigoroso das personagens (aqui, uma fabulosa Cecília), o levantamento de ambientes e situações que de modo tão intenso marcaram toda a ficção do autor.[...] “Lavagante” (retrato dos tempos do Estado novo) fica, para já, como o primeiro grande acontecimento editorial de 2008.»
Francisco José Viegas, A Origem das Espécies

Outros livros do mês...1


Estes são aqueles outros, os que trazemos "debaixo de olho", os que queremos comprar, logo que der! Livros do mês também, à sua maneira...


A Sala Magenta - Mário de Carvalho, Editorial Caminho, Colecção O Campo da Palavra, 2008 (10.80 na Webboom, de onde retiramos a informação seguinte - http://www.webboom.pt/ficha.asp?ID=169279)


Sinopse
Gustavo podia fazer um pequeno catálogo das mulheres que tinha tido, mas outro ainda maior das que o tinham rejeitado, conseguia ser uma alma compassiva e comovida, mas não era capaz de perdoar as rejeições acumuladas ao longo da vida. A ligação com Maria Alfreda percorrera toda a escala de sofrimentos e vexames, num desgaste constante, que o havia esgotado, para corresponder às suas paradas e evitar sentir-se diminuído ao lado dela. Partilharam momentos de amor, de raiva, de luta, de ironia, de crueldade, de arrebatamento e regelo naquela sala de tons magenta, num conchego alcatifado, a um tempo tranquilizador e abafadico.
São duas personagens que, à semelhança de todas as outras, ao longo do romance, manifestam um desaire em relação ao tempo vivido, convivem com projectos falhados. Pequenos pedaços das nossas realidades e das nossas histórias. Vale mesmo a pena investir nesta curiosa leitura!


Críticas de imprensa

«Um universo romanesco cheio de sombras e mistérios, pleno de estranheza e inquietação. A incursão num tal universo – que se vai configurar como uma trama densa de relações e sentimentos que imobilizam o protagonista e lhe ditam o falhanço – é algo novo em Mário de Carvalho. [...] Esta prosa dinâmica, que fixa em ritmo uma força e faz da sintaxe, como pretendia Valery, uma faculdade da alma, é uma conspícua qualidade deste livro. Nada de novo na escrita de Mário de Carvalho, mas alcança desta vez um nível que nunca tinha atingido.»
António Guerreiro, Expresso

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Livro do mês


É uma ideia - destacar um livro novo, cada mês - que temos tido dificuldade em implementar.


Mas está aí o Maio e com ele uma "flor" (a última aquisição da BE):


África Acima, de Gonçalo Cadilhe (2007)


Plano Nacional de Leitura: Livro recomendado para os 7º, 8º e 9º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma.
A magia de África nas palavras do autor de Planisfério Pessoal.
África Acima recolhe crónicas semanais que Gonçalo Cadilhe foi escrevendo e publicando no jornal Expresso ao longo de vários meses. Como é seu hábito, Gonçalo Cadilhe recusou o transporte aéreo. Em autocarros e comboios, em balsas e bicicletas de ocasião, à boleia em camiões ou a pé com a mochila às costas, o viajante atravessou África desde o cabo da Boa Esperança, no extremo Sul, até ao Estreito de Gibraltar, no extremo Norte. Oito meses, quinze países, 27 000 quilómetros e 50 000 palavras resultaram num livro sincero e deslumbrado, em que as amizades, o humor, a tolerância e a humildade conseguem vencer a miséria, a corrupção, as estradas desfeitas e o calor brutal de uma viagem épica por um continente impressionante. Na sua mais recente viagem, Gonçalo Cadilhe redescobre a magia e os mistérios de uma África que continua a fascinar os grandes viajantes.
Excerto da obra«Começo hoje uma longa e imprevisível travessia do continente africano, um devaneio orientado por um simples objectivo: regressar a casa. É este o meu projecto: atravessar África. Prosseguir do Sul para o Norte utilizando as estradas do continente, recorrendo aos transportes públicos, aos autocarros maltratados pelos anos, aos comboios que ainda andam, pedindo boleia, viajando com as pessoas da terra - em terra onde estiver, farei como vir fazer. Excluo o transporte aéreo, voar sobre África não é viajar por África. Aliás, voar não é viajar.»



O autor esteve na escola no passado dia 10 de Abril. Dedicamos-lhe a fotografia!

Caminhos...




Numa capa da BE a eliminar (arquivos!...) uma frase misteriosa (de quem? de quem?) e cheia de intencionalidade (quem a escreveu? quem a escreveu?):

Os caminhos existem para as jornadas e não para os destinos.

(impossível não ficar a reflectir...)